sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Impunidade e violência

A absolvição pelo II Tribunal do Júri do cabo da PM William de Paula do assassinato do menino João Roberto, de apenas 3 anos, foi um golpe na sociedade e que, se não for corrigida por novo julgamento, vai acirrar ainda mais a violência no nosso país.

Atirar em direção a um carro parado, em uma situação que claramente (registrada por câmera de um prédio que fica na rua onde aconteceu o crime) não representava risco de vida para os policiais envolvidos, não caracteriza, de maneira nenhuma, legítima defesa. Eles (os policiais) "achavam" que os bandidos que perseguiam estavam no carro em questão.

Esse é um ponto que merece reflexão: se os bandidos estivessem no carro, mereceriam serem executados ? É isso que manda a lei ? A verdade é que se os bandidos tivessem morrido em vez do menino João Roberto, nunca saberíamos (nós, a sociedade) de nada. Os mortos engrossariam as estatísticas e só isso.

Precisamos exigir que o dinheiro de nossos impostos, que compra armas e munição para esses policiais despreparados, seja empregado em cursos de reciclagem e aperfeiçoamento dos membros da Polícia Militar. Crimes como esse são inaceitáveis.

É LAMENTÁVEL !!!!!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Por quê as coisas ruins acontecem?


No fatídico dia 13 de dezembro de 1968, era assinado um documento – pelo leviatã Arthur da Costa e Silva - cujos preceitos estava ditado: o endurecimento do regime militar. Era a instituição do AI-5 (Ato Instiucional nº 5), que corroborava para a tortura e dizimação dos opositores do Regime Militar. Centenas de estudantes, políticos e intelectuais foram brutalmente assassinados ou sofreram sanções diretas como a expulsão do país. Estava estabelecida a era do ufanismo exacerbado e estimulado pela cúpula do governo; quem não se lembra da famosa expressão: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Estava fundada a era da incerteza ou a era da insensatez, parafraseando o célebre historiador britânico Eric Hobsbawm.

É muito clichê afirmar que a assinatura do AI-5 é uma coisa ruim. O que abordo nesse artigo é justamente o modo nefasto herdado dessa época, pois, a intolerância empregada corroborou para a organização dos crimes hediondos que hoje se proliferam deliberadamente e que se tornam cada vez mais banais.

O Brasil perdeu a oportunidade de sair dessa situação mais transparente e onipresente com seu povo. Por quê as coisas ruins acontecem? Por quê as coisas ruins acontecem com o Brasil numa proporção vertiginosa?

Quando vejo essas mazelas pela minha cidade e pelo restante do país, sempre recorro a meu pensamento tradicional e declamo “é lamentável”? Enfim, sifu.